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  05:10

“Candidato a prefeito de Jatobá do Piauí mora em Teresina e já está cansado. Imaginem 4 anos” diz oposição

 Dogim Félix durante entrevista a emissora de rádio. Foto: reprodução

Na disputa eleitoral não deve valer tudo, mas cada um usa as potencialidades que possam conhecer o eleitorado que ele merece um voto da confiança. Neste período também precisa muita prudência até no que vai ser falar.

Pois foi uma entrevista do candidato a prefeito de Jatobá do Piauí, Dogim Félix, que deu gás para a oposição reforçar o discurso, em um  vídeo,  de que o candidato não conhece Jatobá, não tem ligação com a cidade, nem oferece qualquer perspectiva de fazer mudanças que o candidato afirma fazer.

Dogim é filho do atual prefeito de Campo Maior e ex-prefeito de Jatobá, João Félix, mas como já mostrado aqui, Dogim nunca teve uma ligação efetiva com Jatobá. Nem com Campo Maior. Tanto que o pai já foi vereador e é agora prefeito de Campo Maior pela terceira vez, mas Dogim preferiu fixar residência em Teresina, em um apartamento avaliado em mais de 1 milhão de reais, segundo o próprio Dogim declarou à Justiça Eleitoral.

Em entrevista a uma emissora de rádio de Campo Maior, Dogim tentou mostrar todo o seu “sacrifício” pelo povo de Jatobá do Piauí, ao "deixar sua família em Teresina" em busca de votos. Quando perguntado por que quer ser prefeito de Jatobá, Dogim chega e assumir que já disputou uma eleição estadual em 2022 e teve uma expressiva votação em Jatobá, mesmo com “pouco contato com aquela população”. De fato é verdade. A referência de Dogim com Jatobá é ser filho de um ex-prefeito do município. E a referência de grande parte da população com Dogim, inclusive seu eleitorado, é que ele se o filho do Joãozinho.

“Estou dormindo muito pouco. Estou até com saudade da minha família em Teresina” disse.

Sua fala foi suficiente para seus adversários fazer questionamentos de “como pode alguém que não conhece Jatobá e vive distante dos problemas e das necessidades diárias do povo do município, morando em Teresina, quer ser prefeito de Jatobá?”, questionam.

Dogim ainda disse que seu nome surgiu a partir da disputa para deputado estadual. E com as raízes políticas no município, através de sua família, conseguiu viabilizar sua candidatura e formar um grupo político. No entanto, diz a oposição, se ele tivesse Jatobá como uma referencia política, era para já ter um grupo político continuo no município. Dizem ainda que dos 18 candidatos a vedadores do seu grupo, apenas quatro votaram em Dogim na eleição de 2022, mostrando que nem politicamente Dogim tinha laços com Jatobá.

Outra fala, talvez infeliz, de Dogim foi citar, como força do seu currículo para ser prefeito de Jatobá, o fato de ter sido secretário de Assistência Social em Campo Maior. Ele enumerou o “assistencialismo” como necessário em Jatobá e citou o Bolsa Social de Campo Maior como ação para direcionar à uma suposta gestão. O programa citado por ele tem, no entanto, gravíssimas denúncias envolvendo justamente um deslocamento de Campo Maior para atender seus eleitores em Jatobá do Piauí.

Por último, fez criticas a Assistência Social de Jatobá, afirmando que nunca existiu. A secretária de Assistência Social da gestão em Jatobá era a Maria Luiza, sua aliada, candidata a vereadora e esposa do ex-prefeito Dalberto Rocha, o vice de Dogim. Maria deixou a pasta meses antes de começar a campanha eleitoral.

Ainda sobre sua atuação em favor de Jatobá, o repórter chegou a perguntar qual o trabalho de Dogim por Jatobá, enquanto foi deputado estadual? Ele citou um requerimento pedindo uma operação tapa-buraco ao seu adversário político, o governador Rafael Fonteles (PT). A oposição diz que o requerimento de Dogim foi apresentado quando a obra, a pedido do deputado estadual Georgiano Neto e o prefeito Hilton, já tinha começado.

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Dogim também cita o fato de ter o pai como quem vai influenciar diretamente em sua administração, caso seja eleito, o que também dá pólvora para a oposição. É que Joãozinho teve sua historia politica e de construção de Jatobá, mas estava há 20 anos sem ligação com o município, focado apenas em Campo Maior, onde faz uma terceira administração considerada boa, segundo pesquisas, mas ele já chegou a atrasar salários de professores por quatro meses na sua segunda administração como prefeito de Campo Maior. E ainda questionam: se eleito, o prefeito vai ser Dogim ou o próprio João Félix?  

Durante a entrevista, Dogim citou um único ponto do seu plano de governo, caso seja eleito, seria implantar exames de imagens para Jatobá, que nem Campo Maior tem pela rede municipal. Ele não soube explicar como isso iria funcionar, pois esses exames são classificados como alta ou média complexidade e os municípios oferecem atenção básica.

Ainda na saúde, Dogim citou a necessidade de uma Van para transportar pacientes e não ambulância e criticou a entrega de um Posto de Saude na comunidade Tamarindo. Ele foi, inclusive, questionado por eleitor de Jatobá. Dorgim disse que o município tem ambulância, mas não transporte adequado. A gestão garante que Jatobá já tem uma van, conseguida pelo atual prefeito. E hoje existe uma casa de apoio em Teresina para facilitar a vida das pessoas que vão em busca de especialidades e depois tem onde ficar descansando enquanto os demais são atendidos e retornam para Jatobá.

“Eu sei que não tinha era no tempo da gestão deles. A gente ficava aqui na pista, esperando uma carona pra chegar ate Campo Maior e seguia para Teresina de ônibus” disse morador da Comunidade Tucanos, durante ato político no último domingo naquela comunidade.

Sobre a Educação, Dogim disse que Jatobá tem mais funcionários (professores) do que alunos e que, se eleito, vai fazer a educação crescer e evoluir, mas não citou como vai fazer isso. Citou também o concurso público, mas sua inspiração, seu pai, está completando quatro anos de gestão sem nem um seletivo. O concurso é cobrado, inclusive por candidato a vereador de Campo Maior, por ser a oportunidade de emprego pela porta da frente do serviço público, evitando que seja preciso ser indicado por contratos.

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