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Suspeito de se passar por médico e ‘espião da Abin’ para aplicar golpes fez mulher investir mais de R$ 100 mil no PI

 Falso médico e ‘espião da Abin’ fez mulher transferir mais de R$ 100 mil, diz delegado — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Nilbert Meira de Oliveira, suspeito de se passar por médico, dono de cassino e até espião da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), convenceu uma mulher do Piauí a transferir mais de R$ 100 mil para falsos investimentos em uma espécie de "pirâmide financeira do amor", segundo a Polícia Civil do Piauí (PCPI). Ele está preso por suspeita de estelionato e associação criminosa, desde julho deste ano, em Brasília (DF), onde aplicou golpes em outras mulheres.

De acordo com a PCPI, que cumpriu outro mandado de prisão preventiva contra Nilbert na sexta-feira (13), o homem de 35 anos atraiu pelo menos cinco vítimas do estado do Piauí para o esquema fraudulento.

Ele mantinha relacionamentos amorosos com elas e as convencia a investirem em supostas operações financeiras de alta rentabilidade.

A investigação apontou que, para conquistar a confiança das vítimas, o suspeito fazia pequenas transferências para as contas delas e as apresentava como “rendimentos” do esquema, o que as incentivava a realizarem novos investimentos. 

Enquanto isso, ele levava uma “vida de ostentação” em Brasília, conforme a polícia.

Uma das mulheres que caíram no golpe denunciou que aplicou valores sucessivos a cada mês no falso fundo de investimentos de Nilbert, o qual prometia lucros em dólar.

“Mês a mês ela ia aportando algum valor e totalizou um prejuízo, para ela, de R$ 102 mil. Além dela, outras pessoas foram induzidas a erro e aportaram quantias significativas”, apontou o delegado Thiago Damasceno, da 4ª Delegacia Seccional de Teresina.

O delegado explicou ainda que o suspeito baixava, nos celulares das vítimas, um aplicativo de uma falsa instituição financeira. 

A plataforma apresentava um funcionamento idêntico ao de qualquer banco, mas não permitia resgates ou transferências.

Assim, as vítimas transferiam as quantias para uma conta escolhida por Nilbert e acompanhavam o extrato pelo aplicativo. Para a polícia, essa estratégia aumentava a confiança das mulheres no suspeito e as levava a investirem valores maiores.

“A gente está averiguando a participação de outras pessoas porque ele não utilizava a conta pessoal para receber os valores, sempre eram contas de terceiros. Vamos concluir o inquérito na próxima semana e individualizar as condutas dos envolvidos”, acrescentou o delegado.

Prisão em Brasília

Em julho deste ano, Nilbert foi preso suspeito de participação no mesmo esquema de pirâmide financeira em Brasília. Ele tentou fugir com uma mulher em seu carro, em alta velocidade, e quase atropelou um policial. Contudo, o pneu do veículo furou e ele foi capturado pelos agentes.

Além de estelionato e associação criminosa, o homem também é investigado pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) pelos crimes de lavagem de dinheiro, ameaça e violência patrimonial e psicológica. Se condenado, a soma das penas máximas chega a 21 anos e seis meses de reclusão.

Conforme a PCDF, quando as vítimas cobravam o valor total investido, ele passava a ameaçá-las, como demonstram áudios obtidos pela polícia (ouça abaixo).

"A próxima vez que tiver alguma situação como essa, possa ser que você não tenha uma nova oportunidade de vida", afirmou Nilbert em áudio enviado para uma das vítimas.

No Distrito Federal, pelo menos quatro vítimas dos golpes do suspeito foram identificadas. Ele aplicou outros golpes e ameaçou outras mulheres em diferentes estados, como o Piauí.

Ainda segundo a polícia, Nilbert foi preso em 2015 suspeito de matar o próprio pai para receber R$ 400 mil do seguro de vida.

Fonte: G1

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