A Polícia Civil do Piauí prendeu, na manhã desta quarta-feira (08/01), Francisco de Assis Pereira da Costa, de 53 anos, como principal suspeito de envenenar uma refeição que matou quatro pessoas e intoxicou outras cinco em Parnaíba, no litoral do estado. O crime aconteceu no dia 1º de janeiro, durante uma celebração familiar.
O homem ainda relatou que tinha nojo e raiva da enteada, Francisca Maria da Silva, mas negou o crime em depoimento à polícia. A informação foi divulgada em coletiva de imprensa, na manhã desta quarta-feira (8), em Parnaíba, no Litoral do Piauí.
Além de Francisca, três pessoas morreram. Veja quem são os mortos:
- Manoel Leandro da Silva, de 18 anos (enteado de Francisco)
- Francisca Maria da Silva, de 32 anos (enteada de Francisco)
- Criança de 1 ano (filho de Francisca)
- Criança de 3 anos (filha de Francisca)
Francisco de Assis chegou a participar do velório das vítimas e conceder entrevistas à imprensa, aparentando estar abalado.Francisco também foi hospitalizado, mas recebeu alta. Apesar disso, a polícia acredita que o padrasto não chegou a ingerir o alimento. Apenas simulou que iria comê-lo, colocando-o no prato.
Das nove pessoas intoxicadas, quatro receberam alta médica, incluindo o próprio Francisco, uma adolescente de 17 anos, uma criança de 11 anos e Maria Jocilene da Silva, de 32 anos. Apenas uma criança, de 4 anos, segue internada no Hospital de Urgência de Teresina (HUT), sem atualizações sobre seu estado de saúde. A polícia ainda investiga a motivação do crime. Outra filha de Francisca, de 4 anos, continua internada no Hospital de Urgência de Teresina (HUT).
Sobre os depoimentos do suspeito, a polícia destacou a forma como ele se referia aos enteados, principalmente a Francisca Maria e aos filhos dela, dos quais dois morreram e uma permanece hospitalizada.
"Ele revelou, bem como as enteadas, que o relacionamento entre eles era conturbado, para dizer o mínimo. Ele não falava com nenhum dos filhos da esposa e tinha um sentimento de ódio específico em relação à Francisca Maria, mãe das crianças", informou o delegado Abimael Silva.
"Esse sentimento de ódio era tão grande que mesmo com ela no leito da morte, ele não conseguia esconder isso no depoimento dele. Ele disse que quando olhava para ela sentia nojo e raiva. Isso são palavras dele no depoimento dele", completou o delegado.
Ainda segundo o delegado, ele sentia desprezo pelos filhos de Francisca Maria. "Chamava-os de 'primatas', pessoas não higiênicas, pessoas que ele não queria conviver, mas suportava", afirmou o delegado.
"Ele chegou a falar para a esposa: 'essa tua filha não procura um homem que trabalhe, só procura vagabundo', e manifestou várias vezes o desejo de que ela saísse de casa. Ele disse que uma vez ela alugou uma casa, onde foi morar com os filhos, e isso deu um pouco de 'alívio'", disse Abimael Silva.
Contudo, o delegado Williams Pinheiro afirmou que a investigação ainda está em andamento. "Não estamos dizendo que ele é o culpado, que ele cometeu o crime. É provável que ele seja, mas não se deve antecipar o julgamento", pontuou.
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Fonte: Conecta Piauí/G1
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