Um proposta real de vender a íris do olho está sendo feita aos brasileiros pela Tools for Humanity, cofundada por Sam Altman, CEO da OpenIA, a empresa do ChatGPT. A venda é feita por um aplicativo, onde o vendedor precisa esperar 24h para que a transação seja concluída e receber o pagamento.
Após coletar a imagem da sua íris, a empresa paga em média 48 worldcoin, um criptoativo próprio que pode ser convertido em reais e depois sacado.
Segundo a empresa, o objetivo é oferecer às pessoas uma forma de verificação de humanidade, para provarem que são reais e não robôs. Isso porque a íris, assim como a impressão digital, é única.
Mas o que a Tools for Humanity ganha exatamente com isso ainda não está claro, e nem mesmo para quem já fez o procedimento e recebeu dinheiro para ter a íris escaneada.
Mais de 22 milhões de pessoas já baixaram o app da empresa (WorldApp) no mundo, sendo um milhão apenas no Brasil. 10 milhões fizeram a verificação de íris, e 400 mil no país.
Há relatos de quem sacou até R$ 700. Só que o dinheiro não vem de uma vez. "Minha irmã veio e já é o terceiro mês que ela ganhou, porque vai tirando [o dinheiro] aos poucos", afirmou um rapaz para reportagem do Tilt Uol.
O que é a verificação de humanidade
A verificação de humanidade é uma forma de pessoas provarem que são reais. E a Tools for Humanity defende que, muito em breve, precisaremos "provar que somos nós mesmos" na internet, devido aos avanços da inteligência artificial.
Riscos
Há, obviamente, alguns riscos a se considerar. Vazamentos de informações únicas e imutáveis, como a íris, podem ter consequências irreversíveis, com vazamento de dados biométricos. É como vender sua sua digital. Também persistem dúvidas quanto à segurança e clareza das práticas de uso dos dados.
Além disso, a troca de dados por dinheiro pode ser interpretada como exploração de populações vulneráveis. “O avanço tecnológico deve sempre vir acompanhado de medidas robustas para garantir que direitos fundamentais não sejam comprometidos. Autoridades e sociedade civil têm papel crucial na promoção desse equilíbrio”, diz Antonielle Freitas, responsável pela área de proteção de dados do Viseu Advogados.
No Brasil, a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) iniciou uma fiscalização para avaliar as práticas do World em conformidade com a LGPD.
Países como Espanha e Portugal já proibiram a prática.
Fonte: Tilt Uol e Veja
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