
O Hospital São Marcos, referência no tratamento de câncer no Piauí, informou, nesta quinta-feira (24), que suspendeu atendimentos oncológicos de mais de 1 mil pacientes, por "absoluta falta de medicamentos". A maior parte desses usuários é proveniente do Sistema Único de Saúde (SUS).
Segundo a instituição, um atraso de 19 meses nos repasses contratuais da Prefeitura de Teresina teria ocasionado uma grave crise financeira. Alega ainda que, em 2025, recebeu da gestão o total líquido de R$ 19 milhões em repasses - isto é, recursos do Ministério da Saúde e da Secretaria da Saúde do Piauí (Sesapi), apenas repassados pela Fundação Municipal de Saúde (FMS).
"Considerando apenas os principais procedimentos de alto custo, o ticket médio por atendimento foi de aproximadamente R$ 1,4 mil — valor significativamente inferior ao necessário para cobrir despesas com medicamentos oncológicos, equipe multiprofissional, insumos hospitalares e estrutura física", informou o Hospital São Marcos em nota.
"Apesar do esforço contínuo da equipe médica e da gestão hospitalar, mais de 1 mil pacientes estão atualmente com seus tratamentos atrasados, o que coloca suas vidas em risco", diz outro trecho da nota.
Em 16 de abril, durante entrevista à TV Clube, o presidente da FMS, Charles da Silveira, informou que, este ano, a pasta repassou R$ 24 milhões ao Hospital São Marcos. Segundo o gestor, os valores de estão sendo distribuídos corretamente.
Nesta quinta-feira, o diretor técnico do Hospital São Marcos, Marcelo Martins, afirmou que parte do dinheiro foi retida em empréstimos, enquanto outra foi direcionada à complementação do piso nacional da enfermagem. Portanto, somente R$ 19 milhões seriam aplicados e usados no tratamento direto dos pacientes com câncer.
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