Facebook
  RSS
  Whatsapp

  00:33

Duas pessoas são presas suspeitas de apologia ao Estado Islâmico

Prisões são temporárias e ocorreram na cidade de São Paulo. 2ª fase da Operação Hashtag foi deflagrada nesta quinta-feira (11).

 

Duas pessoas foram presas nesta quinta-feira (11), na cidade de São Paulo, suspeitas de fazer apologia ao Estado Islâmico (EI) na internet. As duas prisões são temporárias, valem por 30 dias e foram realizadas na deflagração da 2ª fase da Operação Hashtag.

 

Outras três pessoas foram alvo de condução coercitiva, ou seja, levadas para prestar depoimento, sendo liberadas em seguida, no estado de São Paulo. Além disso, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão – sendo um deles, no interior do Paraná. Na 1ª etapa da operação, em 21 de julho, 12 pessoas também foram presas temporariamente, por 30 dias. Todas seguem detidas no presídio federal de Campo Grande (MS). Um menor foi apreendido na 1ª fase.

 

De acordo com as investigações, os suspeitos envolvidos nesta nova etapa da Operação Hashtag fazem parte do mesmo grupo detido no mês passado. Eles seguem para o mesmo presídio, em Campo Grande.

 

Por meio de nota, a Polícia Federal (PF) informou que todos os envolvidos nesta fase são brasileiros.

 

"A iniciativa do Governo Federal, por meio do trabalho integrado dos órgãos de defesa, segurança e inteligência, tem o objetivo de garantir a segurança dos Jogos Olímpicos e o bem-estar dos cidadãos", diz um trecho da nota.

 

Exaltação ao terrorismo

À época das prisões anteriores, o juiz Marcos Josegrei da Silva, titular da 14ª Vara Federal de Curitiba, afirmou que a exaltação ao terrorismo foi uma das justificativas para expedir os mandados de prisão temporária contra suspeitos de ligação com o grupo terrorista Estado Islâmico.

 

"Há uma exaltação frequente a atos terroristas. Há afirmações de que as pessoas efetivamente integrariam organização terrorista. Há exaltação a atos terroristas acontecidos recentemente ao redor do mundo e afirmações do tipo que aquele ato é um ato nobre, um ato que deve ser parabenizado, que deve ser congratulado", disse o juiz.

 

Marcos Josegrei também falou sobre as idades dos suspeitos. "São idades variadas, mas são pessoas em idade jovem, não muito mais velhas. Talvez varie dos 20 aos 40 anos", afirmou o juiz. Ele disse que, apesar de nenhum deles ter aparentemente ascendência árabe, eles se comunicavam através de codinomes árabes em redes sociais e de mensagens.

 

Crimes

Segundo o juiz, as prisões temporárias e as demais medidas foram autorizadas diante dos indícios das práticas de dois crimes previstos na nova lei antiterrorismo: integrar organização terrorista ou promovê-la, previsto do artigo 3º; e iniciar atos preparatórios tendentes à prática de terrorismo, previsto no artigo 5º.

 

"O primeiro crime, de integrar organização ou promovê-la, basta que o indivíduo esteja pessoalmente, ou por qualquer meio de comunicação, promovendo atos terroristas, fazendo propaganda, exaltando atos terroristas. A gente tem quebras, conversas em redes sociais, aplicativos de mensagens instantâneas. Há uma exaltação recorrente a atos terroristas", disse Josegrei.

 

O juiz ainda afirmou à época, dias antes do início das Olimpíadas no país, que não era possível dizer que o grupo tinha um alvo delimitado. "Há conversas no sentido de que os jogos olímpicos estão chegando, que o Brasil não integra a coalização de países que combate a organização terrorista que essas pessoas exaltam, e então seria uma oportunidade de atentar contra essas pessoas de outros países que integram a coalizão", detalhou.

 

Já sobre os elementos que apontam indícios do crime de atos preparatórios, Josegredi afirmou que, além da negociação para a compra de um fuzil, há também afirmações de que a Olimpíada seria uma oportunidade para ações concretas do Estado Islâmico.

 

"São afirmações por internet, em redes sociais, que essas pessoas fazem no meio virtual. As prisões e as buscas têm como finalidade justamente tentar obter elementos que coadunem essa confirmação, ou que não confirmem isso. Nem tudo o que uma pessoa preconiza no meio virtual, necessariamente ela vai realizar no mundo real", disse.

 

Fonte: G1

Por Helder Felipe

Mais de Brasil