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No G20, Temer tenta passar imagem de estabilidade política após impeachment

Presidente partiu para a China nessa quarta-feira (31), logo após tomar posse como presidente, apenas horas após a votação que tirou Dilma do poder.

 

Em sua primeira viagem oficial como presidente, Michel Temer participa da XI Cúpula do G20, que acontece neste final de semana na cidade de Hangzhou, na China, onde pretende se reunir com líderes de todo o mundo enquanto redefine as diretrizes políticas e econômicas do Brasil após cerca de 13 anos do PT no comando do País.

 

A mensagem que Temer quer passar é de estabilidade política e retomada econômica, na tentativa de atrair investimentos estrangeiros. "Sofremos turbulências políticas e econômicas, recessão, mas esta página já foi virada", disse a jornalistas após desembarcar no País.

 

O presidente partiu para a China ainda nessa quarta-feira (31), logo após tomar posse como novo presidente, apenas horas após a votação que tirou Dilma Rousseff do poder definitivamente.

 

Especula-se que o peemedebista tinha medo de perder o encontro, onde terá a oportunidade de se reunir com os principais líderes mundiais, como o norte-americano Barack Obama ou a alemã Angela Merkel. Com o desafio de retomar o crescimento econômico, ele quer promover sua agenda de reformas. "Estamos viajando para revelar aos olhos do mundo que temos estabilidade política e segurança jurídica", declarou Temer antes da viagem.

 

Temer ainda tenta confrontar a narrativa disseminada no exterior de que Dilma foi alvo de um golpe de Estado. No entanto, os fóruns do G20 costumam ter aspecto estritamente econômico, com pouco espaço para questões políticas. Em um de seus primeiros compromissos oficiais, Temer se reuniu com o homólogo chinês, Xi Jinping, ocasião em que debateram investimentos e o comércio bilateral.

 

"China e Brasil devem valentemente se apoiar, sobretudo agora que a economia brasileira recupera a saúde e mostra perspectivas econômicas que são previsíveis", apontou Temer antes do encontro. Desde 2009, a China é o maior parceiro comercial do Brasil.

 

O chanceler José Serra revelou, em comunicado, que "o objetivo da viagem é intensificar as relações comerciais e atrair investimentos chineses para projetos de infraestrutura no nosso País". "A missão na China abre um novo ciclo econômico e político para o Brasil. Precisamos recuperar o tempo perdido", concluiu.

 

Temer ainda participou do Seminário Empresarial de Alto Nível Brasil-China, evento promovido em Xangai pelo governo que reuniu empresários e investidores dos dois países, onde, mais uma vez, passou a mensagem que o Brasil irá se reerguer e de que este processo se apresenta cheio de oportunidades.

 

Nas próximas horas, Temer tem agendados outros importantes encontros com o primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, com o premier da Itália, Matteo Renzi, e com diretor-geral da Organização Mundial do Comércio, o brasileiro Roberto Azevêdo. Ainda em Hangzhou, Temer também participará de uma reunião com os presidentes dos países do BRICS -- Rússia, Índia, China e África do Sul.

 

Fonte: ANSA

Por Helder Felipe

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