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  18:29

Eduardo Cunha chega a Curitiba e é levado à sede da Polícia Federal

Deputado cassado foi preso em Brasília, nesta quarta-feira (19). Defesa classificou a prisão como "absurda" e "sem nenhuma motivação".

 

O deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) desembarcou em Curitiba (PR) às 16h45 desta quarta-feira (19), após ser preso em Brasília. A decisão foi do juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos em primeira instância da Operação Lava Jato.

 

Cunha é acusado de receber propina de contrato de exploração de Petróleo no Benin, na África, e de usar contas na Suíça para lavar o dinheiro. Após desembarcar, o ex-presidente da Câmara dos Deputados foi levado à carceragem da própria PF, na capital paranaense.

 

Segundo a polícia, ele ficará preso em uma cela isolada, sem contato com outros presos. Cunha já recebeu seus advogados e deve passar pelo exame de corpo de delito apenas nesta quinta-feira (20). Além dele, outras 12 pessoas presas na Lava Jato estão na carceragem da PF em Curitiba.

 

A prisão de Cunha é preventiva, ou seja, por tempo indeterminado. A PF informou que ele foi preso na garagem de um edifício. Já o advogado dele disse que a prisão aconteceu no apartamento funcional do deputado cassado.

 

No despacho que determinou a prisão, Moro diz que o poder de Cunha para obstruir a Lava Jato "não se esvaziou". O juiz havia autorizado a PF a entrar na casa de Cunha no Rio de Janeiro para prendê-lo. (leia a íntegra da decisão de Moro).

 

Segundo Moro, a prática serial de crimes por parte de Cunha, por anos, impõe risco à ordem pública. “A dimensão e o caráter serial dos crimes estendendo-­se por vários anos, é característico do risco à ordem pública”. Em nota divulgada por seus advogados, Cunha afirmou que a decisão de Moro que resultou na prisão é "absurda" e "sem nenhuma motivação".

 

De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), em liberdade, Cunha representa risco à instrução do processo e à ordem pública. Além disso, os procuradores argumentaram que "há possibilidade concreta de fuga em virtude da disponibilidade de recursos ocultos no exterior" e da dupla nacionalidade. Cunha tem passaporte italiano e teria, segundo o MPF, patrimônio oculto de cerca de US$ 13 milhões que podem estar em contas no exterior.

 

Para embasar o pedido de prisão do ex-presidente da Câmara, a força-tarefa da Operação Lava Jato listou atitudes, que conforme os procuradores, foram adotadas por Cunha para atrapalhar as investigações. Entre elas, a convocação pela CPI da Petrobras da advogada Beatriz Catta Preta, que atuou como defensora do lobista e colaborador da Lava Jato Julio Camargo, responsável pelo depoimento que acusou Cunha de ter recebido propina da Petrobras.

 

Após Cunha perder o foro privilegiado com a cassação do mandato, ocorrida em setembro, Moro retomou na quinta-feira (13) o processo que corria no Supremo Tribunal Federal (STF). Nesta segunda (17), Moro havia intimado Cunha e dado 10 dias para que os advogados protocolassem defesa prévia.

 

Fonte: G1

Por Helder Felipe

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