Yorann Costa, de 22 anos, estudante do curso de Direito, é o mais jovem a assumir o cargo de delegado federal da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e Desenvolvimento Agrário (Sead) no Pará. O orgão é ligado ao Ministério do Desenvolvimento Agrário do governo federal. O cargo, claro, é ocupado por indicação política e seu nome foi uma indicação do partido Solidariedade, que é presidido por Wladimir Costa (SD-PA), seu pai, que é deputado federal.
O fato tem gerado muita discussão, principalmente no estado do Pará, onde o pai fez questão de publicar em sua rede social a nomeação do filho.
Com apenas 22 anos, Yorann Costa se torna o mais jovem delegado [...] possui um perfil de gestor nato e conhece bem o setor de fomento. Este jovem foi desde cedo, treinado para encarar grandes desafios [...] ser o gestor de um órgão federal tão importante como o MDA, é uma missão pra poucos...] escreveu o pai.
"Nada acontece sem a determinação de Jesus Cristo, se é para cumprir a missão dê-me a missão" completou o filho.
A nomeação política foi publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira (26). A portaria é a Nº 40, de 25 de janeiro de 2018.
“Égua, nem fiquei sabendo dessa prova para Delegado Federal dessa secretaria. Mas ‘parabéns’ pelo esforço dele por passar numa prova sempre muito difícil”, ironizou um internauta.
“Para que mesmo concurso público? Basta ser filhinho de político. Faz me rir. Realmente, Brasil republiqueta de bananas”, comentou uma paraense.
Polêmicas
Conhecido por situações polêmicas em seu mandato, o deputado federal Wladimir Costa (SD-PA) estourou um rojão de confetes durante as sessões de votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados, alegando que o governo do PT dava "um tiro de morte" no coração do povo brasileiro. O deputado usou o recurso em duas outras oportunidades, inclusive durante seu voto favorável ao impeachment durante a votação na Câmara.
O deputado Wladimir Costa (Solidariedade/PA) solta confetes durante sessão que discute o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff no plenário da Câmara, em Brasília (Foto: Daniel Teixeira/Estadão Conteúdo)
Em 2017, o deputado foi condenador pelo Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA) por abuso de poder econômico e gastos ilícitos na campanha eleitoral de 2014. O político recorre da decisão.
Em 2016, Wladimir Costa já havia sido condenado à perda de mandato pelo Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA). Na ocasião, a Corte julgou a arrecadação e gastos ilícitos na campanha eleitoral do deputado. Wladimir Costa declarou que gastou R$ 642.457,48 durante sua campanha à Câmara Federal, mas segundo o MPE, o candidato deixou de declarar R$ 149.950 em despesas de material gráfico, além de mais de R$ 100 mil em despesas efetuadas entre julho e setembro do ano eleitoral de 2014, que não constam na prestação de contas. O deputado recorreu da decisão.
Em julho deste ano, Wladimir fez aparição pública em Salinas, balnerário do Pará, com a palavra “Temer” tatuada no ombro direito. Acima do nome do presidente, aparecia uma bandeira do Brasil. À época, Costa declarou que a tatuagem seria permanente. Mas logo depois, ele não foi mais visto com o nome do atual presidente no ombro.
Em agosto de 2017, durante as articulações para barrar o avanço das investigações sobre a denúncia que pesava contra ele por corrupção passiva, e que havia chegado à Câmara dos Deputados, Wladimir Costa foi flagrado, dentro do plenário e durante a votação, trocando mensagens com uma mulher em que pedia para ela "mostrar a bunda", com a justificativa de que "não são suas profissões que a destacam como mulher".
Com informações do diáriodoPará e G1
Da Redação. campomaioremfoco@hotmail.com
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