Um dos dois cabos da Polícia Militar do Piauí, suspeitos de envolvimento com tráfico de drogas e roubos, no Piauí, que foram capturados na manhã da última sexta-feira (29 de novembro de 2019), durante a Operação Guerra ao Tráfico, comandada pelo delegado Odilo Sena, estava morando há três anos no povoado Graciosa, município de José de Freitas-PI, onde ele era pastor evangélica de uma Igreja Assembléia de Deus. Trata-se do cabo Edivaldo Gomes da Silva, que é conhecido como Pastor Edivaldo. O outro cabo suspeito identificado como Francisco Vieira foi preso em Teresina.
O mandado de prisão contra o cabo Edivaldo foi dado cumprimento em sua residência no povoado Graciosa que fica a 25 km da cidade de José de Freitas, por uma equipe de policiais da Força Tática do 8º BPM-PI, sob o comando do major Wilton e pelo delegado Odilo Sena, titular do 21º DP no bairro Usina Santana, na Zona Sudeste de Teresina, que é o responsável pela investigação dos crimes de que os dois militares são suspeitos. Uma guarnição do Rone também deu apoio na operação realizada em José de Freitas.
De acordo com o delegado Odilo Sena, os cabos Edivaldo e Vieira são suspeitos de roubar armas, bens e drogas de traficantes durante o exercício do trabalho de policiais. O delegado Odilo Sena, responsável pela Operação Guerra ao Tráfico, disse ainda que os dois militares teriam prejudicado ações policiais vazando informações privilegiadas a bandidos.
O delegado Odilo Sena revelou durante coletiva de imprensa na sede da Delegacia Geral da Polícia Civil do Piauí, que a investigação sobre o caso foi longa, teve início no começo de 2019, e o alerta aconteceu após relatos de usuários de drogas que diziam ser coagidos por policiais a entregar celulares roubados de cidadãos da Região Sudeste de Teresina.
“Pessoas viciadas estavam contando sobre policiais militares e civis envolvidos no recebimento de propina e praticando extorsão. Eles agiam sempre com o mesmo padrão. As vítimas, cidadãos comuns, eram roubados, e eles [policiais] iam às vezes até a boca de fumo, e o que era roubado das pessoas, como celulares, os policiais ficavam e não prestavam contas. Eles também costumeiramente ficavam com entorpecentes”, relatou Odilo Sena.
O delegado explicou que os criminosos não atuavam exatamente como “parceiros”, mas eram coagidos a fazer a entrega do material ou às vezes o pagamento de valores, que iam de R$ 50 a R$ 500, para que não fossem presos ou para que pudessem ter as armas e as drogas apreendidas, de volta.
“E os criminosos ou pagavam ou eram presos e armas às vezes voltavam para o tráfico”, explicou o delegado.
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