Entre no
nosso grupo!
WhatsApp
  RSS
  Whatsapp

  21:22

A força da delicadeza: por que a estética hiperfeminina é mais revolucionária do que parece

Olá, queridos vanguardistas! Sentiram minha falta?

Pra quem ainda não me conhece, eu sou a Brida — estudante de moda, youtuber e dona desse blog que você tá lendo agora. Essa matéria é um apanhado de reflexões que tive lendo, ouvindo e observando a moda atual e o comportamento das pessoas dentro dela. Espero que gostem!
Se você é cronicamente online, com certeza já viu um movimento crescente de meninas e mulheres cada vez mais femininas, usando laços no cabelo, roupas cor de rosa e em tons pastel. Mas essa estética vai muito além de roupas e acessórios — e você já vai descobrir o porquê.
Efeitos da pandemia e desejo de aconchego
Essa moda hiperfeminina já existe há um bom tempo (o pessoal do estilo romântico tá aí pra provar), mas o grande boom veio mesmo na época da pandemia. Enquanto estávamos todos enclausurados, um dos maiores canais de comunicação se tornou o TikTok, que cresceu absurdamente nesse período.
Esse momento trouxe muita aflição — com o presente, o futuro, com tudo — e fez muita gente desejar conforto emocional. Criou-se uma idealização de um lugar melhor, um mundo melhor. E, olhando com mais carinho para o imaginário feminino, o que vem à mente quando pensamos em um mundo ideal? Contos de fadas. E o que tem nos contos de fadas? Princesas, com seus vestidos esvoaçantes e seus "felizes para sempre".
Faz sentido pra você ou é só loucura da minha cabeça? Talvez tudo isso junto tenha despertado esse desejo de escapar do caos e simplesmente habitar essa realidade paralela onde tudo parece mais suave, bonito e calmo.
Foi nesse contexto que estéticas como a coquette começaram a bombar nas redes, especialmente no TikTok. Talvez até como uma forma de resgatar símbolos do passado — já que muitas das meninas e mulheres que aderiram a essa estética nasceram entre 2000 e 2010, época em que filmes da Barbie e da Disney estavam em alta. Ou seja, ícones totalmente femininos.
Machisno x Feminilidade 
Esses dias vi um vídeo da Hanna Khalil e teve uma frase que me pegou de jeito:
"É culturalmente aceito ridicularizar coisas consideradas de mulher."
Essa frase resume tudo.
Desde sempre, tudo que é considerado feminino é visto como frágil, fútil, supérfluo. E um dos grandes responsáveis por isso é o cinema, que por muito tempo reforçou o estereótipo da mulher sexy como o “feminino bom” — e da mulher que gosta de rosa, laços e frufrus como o “feminino bobo”.
Ou seja, só era válido se agradava aos homens.
Mas agora essa estética veio pra desafiar isso. Ela mostra que mulheres podem usar rosa, laços, vestidos cheios de babados e ainda assim serem fortes, inteligentes e autênticas. Um ótimo exemplo disso é o filme Legalmente Loira, em que Elle Woods — toda trabalhada no rosa — entra em Direito em Harvard e cala a boca de geral.
Já passou o tempo em que as mulheres precisavam usar roupas com símbolos de masculinidade (power dressing) pra se encaixar ou serem levadas a sério. Ser uma mulher super feminina não é sinônimo de histeria, nem de burrice. E felizmente, esses padrões estão sendo questionados e desconstruídos cada vez mais.
​​​Os dois extremos da feminilidade  
A estética hiperfeminina é extremamente polarizada: de um lado, temos o conservadorismo, e do outro, o uso dela como uma forma de rebeldia estética.
O conservadorismo, assim como o machismo, é uma estrutura antiga — e de uns tempos pra cá, tem crescido. Líderes religiosos, políticos e pessoas com muito poder têm reforçado essa ideia de “família tradicional brasileira”, onde a mulher ideal é aquela que cuida da casa, dos filhos, usa vestido e é submissa. Ou seja, uma mulher "recatada e do lar". Tudo isso, claro, simbolizado por elementos visuais da feminilidade.
Mas por outro lado, a maioria das pessoas que aderem a essa estética fazem isso justamente pra romper com esses padrões. Pra mostrar que, assim como uma bandeira não define um partido, uma estética também não define o padrão de mulher ideal numa sociedade machista.
No fim das contas…
A estética hiperfeminina é um convite pra olhar com mais carinho para o que é sensível, leve, suave. Pra perceber que a moda vai muito além da roupa — ela fala sobre quem somos, o que sentimos, o que queremos dizer pro mundo.
Se você curte assuntos sobre estilo pessoal e autoconhecimento através da moda, dá uma olhada no post de estilo pessoal, acho que você vai gostar.
Como eu disse lá no começo, tudo isso é uma reflexão pessoal minha. Se você concorda com algo, me conta aqui. Se discorda, também. Vamos conversar!
E pra você, o que o rosa representa?
Com carinho,
B.C.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Mais de A Vanguardista