EDUCAÇÃO E FILOSOFIA
Li uma matéria da revista “NEUROEDUCAÇÃO” (nº 4), e achei muito interessante quando eles mostram que debater temas como justiça e verdade com os alunos do ensino fundamental pode melhorar seu desempenho nas aulas de Matemática (pag. 10).
Segundo a revista, foi feita uma experiência com professores e alunos de uma escola durante um ano. O projeto de pesquisa se chamou “Filosofia para Crianças” e os professores receberam treinamento para serem moderadores, estimulando discussões filosóficas com os alunos, em momentos fora da sala de aula, e no final contatou-se que a experiência trouxe progresso no aprendizado de Matemática equivalente a dois meses a mais com relação aos demais alunos que não receberam este estímulo. Também foi observada uma melhora nítida nas habilidades de leitura e escrita das crianças. Além disso, as discussões livres aumentaram o engajamento das crianças na escola, que passou a ser considerada por eles como mais agradável. Os professores relataram que a experiência melhorou ainda consideravelmente o comportamento dos alunos. De acorrdo com os pesquisadores de Durham, o uso da Filosofia pode ser uma forma barata de melhorar o desempenho escolar.
A revista mostra com esta matéria que tanto o comportamento dos alunos, como a sua aprendizagem podem melhorar a partir dos debates sobres Filosofia e temas afins. Eu diria mais que isso, eu diria que a prática de debater de forma sábia e pacífica sobre qualquer tema relevante para a vida, é saudável e deve ser estimulado não só na escola, mas na família e nos grupos sociais.
Quando a família tem o hábito de conversar com as crianças e jovens sobre temas variados, dando espaço para que elas se expressem livremente, permitindo que dêem seu ponto de vista, possibilitando a oportunidade de aprender a ouvir a opinião dos outros, também tira muitos proveitos. Isso fortalece os vínculos familiares, a confiança e o afeto entre os membros da família. Desperta para a construção da democracia em casa, que posteriormente será levada à escola e aos grupos sociais que freqüenta, aprendendo a ter opinião própria e acatar também a opinião dos outros. Estimula o cérebro facilitando a argumentação e o raciocínio. Todos só têm a lucrar.
O problema maior é que as famílias não encontram tempo nem disposição para esse diálogo saudável e necessário. Talvez até por ignorar os benefícios que esta simples prática pode trazer ao seu familiar e à sua família como um todo. Mas o desafio vale a pena.
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